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segunda-feira, 13 de julho de 2009

Dia Mundial Do Rock!

De onde vem a expressão rock and roll?

A expressão, que literalmente significa "balançar e rolar", fazia parte da gíria dos negros americanos desde as primeiras décadas do século XX, para referir-se ao ato sexual. Assim, ela já aparecia em várias letras de blues e rhythm’n’blues como "Good Rockin’ Tonight" (1947), de Roy Brown - antes de ser adotada como nome do novo estilo musical, que surgiu nos anos 50, com Bill Halley e Elvis Presley, e consistia basicamente na fusão desses ritmos negros com a branquela música country. Esse batismo costuma ser atribuído ao disc-jóquei americano Alan Freed (1922-1965), cujo programa de rádio foi um dos principais responsáveis pela popularização da nova onda, altamente dançante, que logo contagiou toda a juventude do país e do mundo.
Na década de 60, o rótulo foi abreviado para rock, para abranger as mudanças provocadas por artistas como Bob Dylan e Beatles, abrindo um leque de infinitas variações: rock psicodélico, rock progressivo, folk rock, hard rock, heavy metal etc etc. A partir daí, o termo rock’n’roll passou a significar exclusivamente o estilo original, característico da década de 50.

O Rock

Todo interligado como uma rede de metrô que ninguém planejou, o rock and roll cruza estilos e ritmos. Em cada estação, guitarras e baterias contam a história do menino rebelde, mestiço, filho ilegítimo de uma vertente musical afro-americana (rhythm, blues) e um gênero de tradições européias (country). Contraditório desde o início, ele surge num país e numa época marcados pela segregação racial. Seu ponto de partida também é polêmico: há quem defenda Rocket 88, gravado em 1951 por Jackie Brenston; outros prefe­rem Shake, Rattle and Roll, registrado em 1954 pelo negro Big Joe Turner e pelo branco Bill Halley.
O rock talvez seja o mais mutante dos gêneros. Graças a sua capacidade de absorver e recombinar influências, ele segue surpreendendo. O mais legal é transitar pelas vertentes desse submundo, da rebeldia adolescente às melodias eletrônicas.

Qual é a banda de rock que está há mais tempo na estrada?

Os Rolling Stones, atualmente em mais uma de suas incontáveis megaturnês mundiais, estão fazendo 41 anos de palco. Batizada de Forty Licks Tour ("Turnê das Quarenta Lambidas"), a excursão foi iniciada no ano passado justamente para comemorar as quatro décadas corridas desde o primeiro show da banda, em 1962, no lendário Marquee Club, em Londres. Da formação original, permanecem a dupla central Mick Jagger e Keith Richards e o baterista Charlie Watts, todos sexagenários, mas ainda capazes de empolgar as multidões que lotam estádios para vê-los em carne e osso tocando clássicos como "Satisfaction" e "Street Fighting Man".
Em segundo lugar, aparecem os também ingleses The Who. Liderado pelo guitarrista e compositor Pete Townshend, o grupo estreou em 1964 e se dissolveu em 1983 - mas nunca deixou de fazer reaparições esporádicas. A banda estava às vésperas de uma grande turnê pelos Estados Unidos no ano passado, quando a morte do baixista John Entwhistle provocou o cancelamento de todos os shows.
O recorde dos Stones é superado, porém, pelos irmãos australianos Robin, Barry e Maurice Gibb, que compunham os Bee Gees. Na ativa desde 1958, o grupo faria 45 anos de carreira em 2003, mas declarou seu fim após o falecimento de Maurice, no último mês de janeiro. O problema é que os Bee Gees não se encaixam em uma definição rigorosa de "banda de rock". Primeiro, porque sempre foram mais um grupo vocal, acompanhado por outros músicos. Depois, porque, alternando entre o pop romântico e o dançante (atingindo seu auge na didiscothèquescothèque dos anos 70), raramente puseram os pés no que chamamos de rock’n’roll.

Rock Brasileiro

Qual foi o primeiro cantor ou grupo de rock brasileiro?

Antes que existisse no Brasil gente desse tipo, já havia aqui gravações do gênero. A primeira foi uma cover de "Rock Around the Clock", o hit de Bill Haley and His Comets que espalhou o rock’n’roll pelo planeta. A tal cover - intitulada "Ronda das Horas", mas com a letra original em inglês - foi gravada em outubro de 1955 por Nora Ney, especialista em sambas-canção.
Dois discos de 1957 disputam o título de primeiro rock totalmente composto no Brasil. Segundo o especialista Marcelo Fróes, em seu livro Jovem Guarda - Em Ritmo de Aventura (2000), a honra cabe a "Rock and Roll em Copacabana", de Miguel Gustavo, autor da marchinha "Pra Frente, Brasil", que embalou a seleção de futebol na Copa de 1970. "Rock and Roll em Copacabana" foi gravada por ninguém menos que Cauby Peixoto e lançada em maio de 57. Porém, no mesmo mês, a veterana pianista Carolina Cardoso de Menezes soltou seu "Brasil Rock". Até onde se sabe, a gravação de Cauby foi em janeiro e a de Carolina em março, mas é impossível precisar qual das canções foi composta primeiro.
O fato é que nenhuma dessas pessoas se especializou em rock, apenas tiveram incursões esporádicas pelo ritmo. Assim, os títulos de primeiro cantor e de primeiro grupo de rock do país cabem a Betinho e Seu Conjunto, que gravaram, em abril de 1957, "Enrolando o Rock", composto pelo líder da banda em parceria com Heitor Carillo. Alberto Borges de Barros, o Betinho, era filho de Josué de Barros, o descobridor de Carmen Miranda - e pode ser visto, com Seu Conjunto, interpretando "Enrolando o Rock" no filme Absolutamente Certo (1957), de Anselmo Duarte, um clássico da chanchada.

Raul Seixas: "O rock'n'roll morreu em 1959"

O cantor baiano Raul Seixas é um ídolo morto, mas lucrativo. Fora de cena há dezesseis anos, ele ainda é um fenômeno do showbiz nacional: estima-se que suas vendagens cheguem aos 300.000 CDs por ano. Seus hits dos anos 70, como Gita e Maluco Beleza, cristalizaram a imagem do roqueiro esotérico, idolatrado como "profeta do apocalipse" pelos bichos-grilos. Antes da consagração, contudo, houve um Raul bem diferente. Entre 1968 e 1972, quando era produtor da antiga gravadora CBS, ele foi um compositor... brega. Sob o codinome Raulzito, criou cerca de sessenta rocks ingênuos e bolerões de dor-de-cotovelo para os artistas que produzia. Só algumas dessas músicas são conhecidas, como Doce, Doce Amor, cantada por Jerry Adriani. Lançada em compactos por cantores obscuros, a maior parte do material ficou esquecida.
Antes de virar um cantor famoso, Raul já revelava um traço que cultivaria por toda a carreira: a falta de pudor em se apropriar de músicas estrangeiras, sem lhes dar crédito. A canção Um Drink, ou Dois, que compôs para Leno e Lilian, é uma cópia descarada de The Ballad of John and Yoko, dos Beatles. "O Raul fazia isso direto", afirma o músico Claúdio Roberto Azeredo, que trabalhou com ele. Essa prática se repetiu num de seus maiores sucessos, criado em colaboração com Paulo Coelho. Eu Nasci Há Dez Mil Anos Atrás (sic) foi "inspirada" numa canção do repertório de Elvis Presley, I Was Born About Ten Thousand Years Ago. Alguns fãs talvez desfaleçam com a revelação de que seu guru teve um passado de boleros. Mas a verdade é que mesmo o Raul roqueiro era brega. As músicas redescobertas são apenas a evidência arqueológica desse fato.

Cazuza, Renato e Cássia Eller: Inesquecíveis

Alguns artistas desenvolvem uma relação tão estreita com seus fãs que se tornam objeto de culto. Geralmente são pessoas de vida atribulada, que morrem cedo e de forma abrupta, deixando nos admiradores a impressão de que a obra do ídolo está incompleta. Três astros brasileiros integram essa categoria: Cássia Eller, Renato Russo e – num patamar bem inferior – Cazuza. Para as gravadoras, são um filão inesgotável, tanto que elas criaram um ramo de atividade paralelo destinado a saciar essa demanda. Um ramo, diga-se, cada vez mais sofisticado. Já não é mais preciso relembrar o astro que se foi ouvindo canções gravadas em condições sofríveis. Hoje, quando as empresas conseguem garimpar uma dessas faixas esquecidas, usam a tecnologia para – conforme a necessidade – passar uma demão de verniz nelas ou mesmo reformulá-las inteiras, aproveitando apenas a voz do intérprete e regravando todo o acompanhamento musical. A esperança é que essas faixas recauchutadas agradem não apenas ao público cativo do artista, mas também angariem novos adeptos. A tática tem surtido bons efeitos. Lançado no fim do ano, o CD póstumo de Cássia Eller, 10 de Dezembro, vendeu 100.000 cópias. Em breve, será a vez de a obra de Cazuza ressurgir. O produtor Guto Graça Mello irá utilizar uma banda para recriar os hits do cantor – e apelará ainda para um intérprete de voz similar nas faixas em que se pode perceber quanto ele estava debilitado pela Aids.
O líder da categoria, contudo, é incontestavelmente Renato Russo. Foi lançado há pouco Renato Russo Presente, um catadão de raridades e entrevistas do astro. O álbum já bateu a marca das 300.000 cópias. Presente é um híbrido de raspa de tacho e milagres tecnológicos. A maior parte do material é de interesse exclusivo dos fãs mais ardorosos – caso de uma versão caseira de Thunder Road, do roqueiro americano Bruce Springsteen. Apenas três faixas inéditas justificam o lançamento. O produtor Nilo Romero rearranjou Mais uma Vez (que Russo escreveu para o 14 Bis, em 1987), Hoje (composta com Leila Pinheiro) e Boomerang Blues (gravada inicialmente pelo Barão Vermelho, em 1986) a convite da gravadora EMI. Das versões originais, ele manteve somente o piano de Leila Pinheiro e a voz e o violão de Russo. Não é a primeira vez que isso acontece num disco póstumo do cantor. O Último Solo, lançado em 1997, trazia uma música encorpada por instrumentistas de uma orquestra inglesa. A diferença é que, desta vez, Romero recrutou músicos de estúdio para emoldurar a voz do roqueiro com arranjos modernos. Deu certo. Mais uma Vez já está entre as canções mais executadas nas rádios do país.

Um comentário:

  1. hello... hapi blogging... have a nice day! just visiting here....

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